quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ATLAS

De Ana Borralho e João Galante

Um projecto com a comunidade, que, no último sábado, aquela dupla de actores/cocriadores pôs em cena no Viriato.

“Se um professor de Matemática incomoda muita gente” – dizia o interveniente – “dois professores de matemática incomodam muito mais” – respondiam, em uníssono, os outros.

“Se dois desempregados incomodam muita gente” – dizia outro, “três desempregados incomodam muito mais”, de novo em coro. E, assim, sucessivamente, foram desfilando até à centésima pessoa.
Pelo meio, alguns participantes contaram uma história de vida, que muito contribuiu para o enriquecimento do espectáculo.
A peça termina com todo o mundo em palco, numa verdadeira explosão de alegria pela sensação do dever cumprido, à mistura com sentimentos de regozijo pela graça e força solidária que irradiava daquele maravilhoso grupo.
Muitas emoções, à flor da pele: curioso o facto de, surpreendentemente, aparecerem em palco pessoas que só conhecíamos como profissionais nos seus locais de trabalho, desempenhando o seu papel com muito brilho!
Por momentos, conseguimos esquecer os tempos difíceis que vivemos, e, através da palavra, também ali foram lembrados!

Um dos motores desta peça, é a ideia do artista plástico Joseph Beuys: “A revolução somos nós, e cada homem um artista”.
“Uma revolução silenciosa” – dizia o folheto de sala que guardo religiosamente!
Sei que a peça já foi representada em diversas cidades. A de Viseu foi uma das melhores - foi a opinião de um organizador.
O projecto continuará noutras paragens, até no estrangeiro.

Já tenho saudades!