O escritor doa a sua biblioteca,
cerca de 40 mil livros, à cidade de Lisboa.
O protocolo, que formaliza a vontade das partes envolvidas, foi assinado numa cerimónia no âmbito da feira do livro.
“Nas cerimónias de casamento na Argentina é costume dizer-se ao pai da noiva: ‘Não vais perder uma filha, vais ganhar um filho. Hoje digo a mim mesmo ‘Não vais perder uma biblioteca, vais ganhar uma cidade mágica. Obrigado”. Foi com estas palavras que o escritor e bibliófilo terminou o seu discurso*.
O acervo integrará o futuro
Centro de Estudos de História da Leitura (CEHL), a instalar no palacete dos
Marqueses de Pombal, junto ao Museu de Arte Antiga.
A propósito, Catarina Vaz Pinto,
na qualidade de vereadora da Cultura, explicou ao jornal PÚBLICO (edição
Sábado, 5Set2020) que será o próprio Manguel a dirigir o centro; e acrescentou que o equipamento constituirá “um
grande polo de internacionalização” e “fará
jus a Lisboa como cidade literária”.
A dádiva foi para mim uma enorme e agradável surpresa. Inicialmente até achei estranho que o escritor e bibliófilo tivesse escolhido o nosso país para confiar a mítica biblioteca, que há anos aguardava um lugar adequado para o efeito! Mais tarde percebi que Bárbara Bulhosa, directora e fundadora da Tinta-da-China, teve um importante papel no desenvolvimento do processo que esteve na base da decisão do bibliófilo.
Espero que a instalação do Centro não se atrase, mas já sei, através da vereadora, que pode levar um a dois anos!...
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* segmento tirado do artigo de Isabel Coutinho, PÚBLICO on line 12Set2020.
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