O arquitecto morreu ontem!
O país está de luto.
Esperemos que o seu exemplo de vida venha a ser seguido!
O arquitecto morreu ontem!
O país está de luto.
Esperemos que o seu exemplo de vida venha a ser seguido!
Através do site da Imprensa Nacional Casa da Moeda tive conhecimento da recente criação do Prémio Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva.
Congratulo-me pela excelente iniciativa, que vem homenagear o muito estimado e grande jornalista.
Ouvi falar dele desde os primeiros tempos do Expresso, jornal que abandonou a fim de fundar o Público, de que foi director anos e anos.
Os seus artigos cativavam pela qualidade, riqueza de conteúdo e beleza de estilo (devo dizê-lo sem receio) literário.
Nicolau Santos é o presidente do júri que atribuirá periodicamente o prémio em causa.
O site da INCM publicou as suas esclarecidas palavras sobre o homenageado: "foi o jornalista mais importante na imprensa escrita em Portugal desde o início de 60 até aos anos 90 do século XX e deixou uma marca incontornável no panorama editorial, com 3 projectos indissociáveis da luta pela liberdade, pela democracia parlamentar e pelo cosmopolitismo internacional e cultural: o Comércio do Funchal, a Revista do Expresso e o Público."
Concordo plenamente e julgo que, enquanto houver profissionais como ele (e creio que os haverá, pelo menos aqueles que integraram a escola Vicente), teremos mais hipóteses na construção duma sociedade livre e esclarecida.
O escritor doa a sua biblioteca,
cerca de 40 mil livros, à cidade de Lisboa.
O protocolo, que formaliza a vontade das partes envolvidas, foi assinado numa cerimónia no âmbito da feira do livro.
“Nas cerimónias de casamento na Argentina é costume dizer-se ao pai da noiva: ‘Não vais perder uma filha, vais ganhar um filho. Hoje digo a mim mesmo ‘Não vais perder uma biblioteca, vais ganhar uma cidade mágica. Obrigado”. Foi com estas palavras que o escritor e bibliófilo terminou o seu discurso*.
O acervo integrará o futuro
Centro de Estudos de História da Leitura (CEHL), a instalar no palacete dos
Marqueses de Pombal, junto ao Museu de Arte Antiga.
A propósito, Catarina Vaz Pinto,
na qualidade de vereadora da Cultura, explicou ao jornal PÚBLICO (edição
Sábado, 5Set2020) que será o próprio Manguel a dirigir o centro; e acrescentou que o equipamento constituirá “um
grande polo de internacionalização” e “fará
jus a Lisboa como cidade literária”.
A dádiva foi para mim uma enorme e agradável surpresa. Inicialmente até achei estranho que o escritor e bibliófilo tivesse escolhido o nosso país para confiar a mítica biblioteca, que há anos aguardava um lugar adequado para o efeito! Mais tarde percebi que Bárbara Bulhosa, directora e fundadora da Tinta-da-China, teve um importante papel no desenvolvimento do processo que esteve na base da decisão do bibliófilo.
Espero que a instalação do Centro não se atrase, mas já sei, através da vereadora, que pode levar um a dois anos!...
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* segmento tirado do artigo de Isabel Coutinho, PÚBLICO on line 12Set2020.