(...) A quantidade de oxigénio (O2) necessária para a vivência saudável de um indivíduo da espécie humana num espaço urbano é correspondente ao oxigénio produzido por uma superfície foliar de 150 metros quadrados. Feitos os cálculos, verifica-se que cada indivíduo necessita, teoricamente, de 40 metros quadrados de espaço verde num ambiente urbano. Desta área, corresponderão, para cada habitante, dez metros quadrados de espaço localizado próximo da respectiva habitação, até um raio de acessibilidade de 400 metros, sendo os restantes 30 metros quadrados por habitante destinados ao espaço verde integrado na estrutura verde principal do agregado populacional. Não me parece que haja qualquer cidade portuguesa nestas condições, embora o Funchal seja, quanto a mim, a cidade portuguesa que mais se aproxima do espaço verde ideal num ambiente urbano e Viseu a cidade portuguesa com maior área relativa de artérias urbanas arborizadas. Actualmente, já existem amplos parques verdes urbanos em Portugal, como, por exemplo, o de Chaves, o da Boavista no Porto, o Parque do Fontelo em Viseu, o Choupal em Coimbra, o Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, o Parque Urbano do Seixal e o Parque da Paz em Almada, o melhor deles todos, na minha opinião. Em vez de se diminuir a verdura nos agregados urbanos e arredores, ela tem de ser aumentada, de modo harmonioso e artístico, para que as cidades, vilas e aldeias sejam saudáveis. - citação do artigo publicado no jornal PÚBLICO, Domingo 11 de Abril de 2021, Jorge Paiva, Biólogo
quinta-feira, 2 de setembro de 2021
As árvores das ruas são para dar sombra e despoluir o meio urbano
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Último apeadeiro
A notícia veio no último jornal local (1Jul2021), sob o título “na mão de Deus”:
“Faleceu, no Oiteirinho, Manuel
Ferro Portugal, com 66 anos de idade, casado com Maria Antonieta Mendes. Era
pai de Adriano e de Celina Portugal.”
Assim que li o nome da minha terra natal, os olhos foram direitos à foto inserida no texto. De imediato assaltou-me a ideia de que poderia ser ele. Não queria acreditar… quem sabe? o jornal poderia ter sido induzido em erro! por vezes as fontes enganam-se! Mas o sorriso era único e inconfundível! Só poderia ser ele! o “Ferrinhos ” (alcunha que herdou do pai).
Conheci-o na
adolescência… um amigo fiel e leal desde a primeira hora.
Naquela época, eu, que tinha acabado de sair do Seminário, iniciava a aprendizagem duma nova vida; dava os primeiros
passos em liberdade, sem a protecção da instituição que me abrigara até ao
segundo período do sexto ano lectivo; foi muito importante ter um amigo como ele
!
Vêm-me à memória os bailes,
as idas à cidade tomar café (na aldeia ainda não havia este “pequeno luxo”), a festa
do povo, os discos da música ligeira francesa (Adamo, Michel Polnareff, etc.)
trazidos de Paris pelo pai.
Desde então, os encontros foram esporádicos, contudo o vínculo afectivo manteve-se sempre intacto.
Vivia tranquilo e convicto de que a vida dos amigos é eterna.
Até que surgiu a notícia. Que tristeza, a perda do Manuel Portugal (era assim que eu o tratava, porque percebi que ele não gostava da alcunha!).
Viria a casar com a prima
Hernanda.
Viviam-se tempos
difíceis, falta de oferta de trabalho. Por isso, e à semelhança da maioria dos
jovens naquela época, o Manuel emigrou para o centro da Europa, seguindo as pisadas do pai.
Ao fim de algumas décadas regressou definitivamente à aldeia que o viu nascer!
E lá se manteve o resto da vida.
Como foi possível a sua
partida? Tão novo! Custa acreditar que chegou a sua hora! mas… é a verdade da
vida! o reconhecimento de que é uma simples passagem!
Lembrei-me do Poeta: “todos somos passageiros num comboio de alta
velocidade…
O Manuel saiu no último
apeadeiro; imagino, a sorrir!
quinta-feira, 22 de julho de 2021
Bioterra: Arvoredo Público
Arvoredo Público