sábado, 26 de junho de 2010

Botão de Prata
O jogador, cumprindo o prometido, obteve o Botão de Prata.
Este galardão premeia o esforço desenvolvido ao longo do terceirto período.
E permite-lhe a frequência da 11ª maratona olímpica.
Luta Maior.
Deus protege os audazes.
E os audazes, com humildade, vencerão.
Ciao
Celso José Gomes da Costa

domingo, 20 de junho de 2010

Saramago não era um «gajo porreiro»...

Porque hoje é sábado*



por

VÍTOR SERPA

Em Portugal sempre nos importou mais
o bom ou mau feitio das pessoas do que o talento
ou, mesmo, a sua genialidade



Morreu José Saramago. Agora, sim, vai ser anunciado como um dos maiores portugueses do século. Em Portugal não há como um morto para se elogiar quem vivo se esqueceu. Ou diminuiu no talento.
(...) Pois roam-se de inveja, os eternos maledicentes da Pátria amada, mas que, de facto, são insignificantes. Saramago é e será, para sempre, um dos grandes portugueses. Não por ser um homem bom, um honrado chefe de família, um temente a Deus. Não por ser um abnegado filho da nação, nem por ser um patriota. Não por ser um cidadão sem mácula ou um exemplo de tolerância democrática. Apenas e só por ser um escritor universal e como há tão poucos, em Portugal e no mundo, será isso que o honrará na memória que dele tiverem as gerações futuras.

* coluna semanal publicada no dia 19 de Junho de 2010, dia seguinte ao da morte do Escritor

terça-feira, 15 de junho de 2010

Elefantes brancos

Heróis na tempestade: é o título que prevejo para a crónica final do jogo de futebol Portugal-Costa do Marfim, a contar para o mundial 2010 na África do Sul.
O estádio Nelson Mandela Bay será o palco do espectáculo.
As enormes dificuldades que já se esperam para levar de vencida os "elefantes brancos", aumentaram, agora, significativamente, por causa das condições metereológicas que se prevêm para a hora do jogo (15h00 em Portugal). Chuva e vento fortes associam-se, agora, para densificar a tempestade que a esquadra dos ELEFANTES BRANCOS se prepara para lançar sobre os navegadores de Portugal.
Mas, pergunto: "Não foi contra ventos e marés que os portugueses de antanho se celebrizaram, na conquista do mundo, através dos Descobrimentos?"
Tenho fé. Aquela fé, outrora revelada pelos navegadores, e que agora vi espelhada no rosto de Queirós ao fazer a antevisão do jogo que se avizinha. Estou convicto de que, desta feita, o nosso seleccionador já ganhou pontos ao seu homólogo e adversário de hoje. Pela coragem em assumir uma dinâmica de vitória, quando declarou que não há espaço para o erro, nem neste, nem nos jogos que se avizinham. Ou seja, uma equipa feita para ganhar, sem alternativa que não seja a vitória.
O treinador sueco fechou-se em "copas", nada de nada disse de aproveitável para o lançamento do jogo, nem sequer uma palavra sobre as possibilidades da sua equipa. Nem sequer foi capaz de dizer de memória o lugar exacto que a Costa do Marfim ocupa no ranking: "vinte e tal" - disse. Mas ... o de Portugal sabia: 3º. Desejo que no final do jogo se confirme a única característica que se dignou ventilar sobre o seu adversário. E, já agora, que seja através duma vitória clara.
A derrota da Costa do Marfim seria um grande revés na carreira do grande senhor diplomata do futebol.
Ciao

terça-feira, 8 de junho de 2010

Música para os manter na escola

Reportagem, Notícias Magazine, 18 Abril 2010
Num bairro da Amadora marcado pela exclusão social, onde os adultos vivem no desemprego e os que trabalham recebem pouco, onde os alunos deixam cedo a escola para, muitas vezes, a trocarem pela rua, algumas dezenas de crianças aprendem música clássica e mostram que o futuro pode ser melhor.
Já tocaram para grandes audiências em importantes salas de espectáculos do país e lá fora.
Um dia, farão parte do que será uma Orquestra Nacional Geração.

Texto: Carla Amaro; Fotografia: Paulo Alexandrino

A escola é a Miguel Torga (Agrupamento de escolas Miguel Torga) na Amadora, mas podia ser o Conservatório Nacional, pelo que se ouve, pelo que se vê. É que aqui, os miúdos que integram o projecto Orquestra Geração, uns da orquestra A, mais avançada, de que faz parte o Telmo, outros da B, a de Iara e de Leonardo, andam com um violoncelo ou uma tuba, ou uma flauta ou outro instrumento com a mesma naturalidade com que trazem livros e cadernos.
Estas crianças do Casal da Boba reproduzem a criação dos compositores clássicos tão bem como outras que aprendem nas melhores escolas de música.
O maestro Juan Carlos Maggiorani - ele próprio um "produto" deste projecto - não questiona que o coração delas é bom e grande. De outra maneira, como poderiam arranjar um lugar na sua vida para a música, deixar a música tomar-lhes conta da alma? Porque é isso que a música faz a quem a toca e a quem a ouve: invade, arrepia. Como esta que ensaiam agora, uma das cinco Marchas de Pompa e Circunstância, compostas para orquestra por Edwuard Elgar.
(...) Ana Espanha, «violoncelista» porque «o violoncelo é o instrumento mais parecido com a voz humana» não dissimula o entusiasmo: «Eu nem queria acreditar quando me vi à frente da rainha Rania. Estava um pouco nervosa, mas correu bem. Acho que estivémos à altura». A rainha viera a Portugal em Março do ano passado, a fim de receber o Prémio Norte-Sul, pelo seu trabalho de promoção dos Direitos Humanos, e deslocou-se de propósito a esta escola para conhecer e ouvir os pequenos músicos da orquestra Geração.
O objectivo da implementação do projecto venezuelano no nosso país é nobre pela carga social inerente, mas quem o está a orientar tem uma ambição maior: criar a primeira orquestra local juvenil - a Orquestra Sinfónica Juvenil Geração.
(...)Ideia conjunta da Câmara Municipal da Amadora, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Escola de música do Conservatório Nacional.
O Professor António Wagner Diniz, do Conservatório Nacional, esclarece que a ideia não é formar músicos profissionais, não se trata de um projecto musical. É um projecto que utiliza a música como uma ferramenta para fixar as crianças na escola e, desse modo, combater o abandono escolar.

A Professora Helena Lima, coordenadora pedagógico-executiva do projecto diz que já é possível aferir que «entre os trinta alunos do primeiro ciclo que frequentam a Associação Cabo-Verde, também na Amadora e onde já existe uma orquestra infantil, «não houve retenções e os professores assinalam mudanças significativas no comportamento da sala de aula». Na Miguel Torga «tem vindo a registar-se uma evolução positiva de comportamento na escola e na orquestra».

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Valha-nos a bomba

O Mundo
dos Outros

coluna de José Cutileiro

As pessoas e os países devem estar sempre preparados para se defenderem de quem lhes queira fazer mal. Nem sempre conseguem: ao longo da história, povos inteiros - ou grupos perseguidos dentro de cada povo - sofreram, e, nalguns lugares, continuam a sofrer horrores. Antero de Quental esperava que a razão (e o irmão e a irmã dela - o amor e a justiça) fizesse prevalecer a virtude mas acabou desencantado: aos 49 anos meteu duas balas na cabeça num jardim público de Ponta Delgada.
Mesmo quem sobreviva à morte natural, sabe que não se pode distrair, e hoje, depois das catástrofes que os europeus causaram a si próprios e ao resto do mundo indo para a guerra em 1914 e 1939 e, sobretudo, dos "avisos à navegação" que foram Hiroshima e Nagasaki, as duas únicas cidades até agora destruídas por bombas atómicas, as nações têm muito mais cuidado do que alguma vez tiveram a tratar umas com as outras.
Que a guerra fria da segunda metade do século passado não se tenha transformado em guerra quente ficou a dever-se à existência dos arsenais nucleares americano e soviético.
Que nos dias de hoje a crise financeira e económica não tenha levado a mobilizações gerais, corridas a aramamentos e retóricas belicistas, deve-se a hábitos de relações pacíficas entre as potências impostos, em última análise, pela presença continuada de arsenais nucleares (aqueles e outros). Por isso, se procurardiminuir a quantidade de armas nucleares existentes - como americanos e russos estão a fazer - e impedir a sua proliferaçãoa a países que não as tenham são tarefas necessárias e urgentes, acabar com elas seria um erro crasso.
A natureza humana não mudou muito ao longo da História e em pouco tempo países que julgavam ter posto a guerra de parte recorreriam de novo a ela.
(...) Barack Obama tem mostrado mais bom senso do que ideologia. Mas pode haver um lado "escuteiro" nefasto nas relações dos Estados Unidos com o resto do mundo. Às vezes também é preciso defendermo-nos de quem nos queira fazer bem.
In Primeiro Caderno do jornal Expresso de 22 Maio de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ferreira Gullar

Prémio Camões 2010: o poeta Ferreira Gullar, que fará 80 anos em Setembro, é o vencedor do Prémio Camões 2010. O vencedor foi anunciado pela ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. A notícia destacou a obra de grande significado: Poema Sujo, escrito em 1975.
Ouvi a notícia através da Antena 2, ontem, 20h00, na viagem de regresso a casa, após acção de formação "Regime jurídico dos principais impostos".
A rádio pôs no ar a voz do poeta declamando um poema seu, que enobrece o povo. Extraordinária voz.
Instituído pelo Estado Português e Brasileiro em 1989, o Prémio Camões no valor de cem mil euros (50 mil pagos por cada Estado promotor) distingue anualmente um escritor de língua portuguesa que, pelo conjunto da sua obra, contribua para o enriquecimento do património literário em português.
O prémio é dado pelo segundo ano consecutivo a um poeta: em 2009 o premiado foi o caboverdiano Arménio Vieira.

Homossexuais no Estado Novo

A jurista Tereza Pizarro Beleza, que faz o prefácio do livro Homosexuais no Estado Novo, da jornalista São José Almeida, irá apresentar a obra, com o Professor da Universidade Nova, António Fernando Cascais, hoje às 18h30, no El Corte Inglês, em Lisboa.
in Público. Quinta-feira 20 Maio 2010