quinta-feira, 2 de setembro de 2021

As árvores das ruas são para dar sombra e despoluir o meio urbano

(...) A quantidade de oxigénio (O2) necessária para a vivência saudável de um indivíduo da espécie humana num espaço urbano é correspondente ao oxigénio produzido por uma superfície foliar de 150 metros quadrados. Feitos os cálculos, verifica-se que cada indivíduo necessita, teoricamente, de 40 metros quadrados de espaço verde num ambiente urbano. Desta área, corresponderão, para cada habitante, dez metros quadrados de espaço localizado próximo da respectiva habitação, até um raio de acessibilidade de 400 metros, sendo os restantes 30 metros quadrados por habitante destinados ao espaço verde integrado na estrutura verde principal do agregado populacional. Não me parece que haja qualquer cidade portuguesa nestas condições, embora o Funchal seja, quanto a mim, a cidade portuguesa que mais se aproxima do espaço verde ideal num ambiente urbano e Viseu a cidade portuguesa com maior área relativa de artérias urbanas arborizadas. Actualmente, já existem amplos parques verdes urbanos em Portugal, como, por exemplo, o de Chaves, o da Boavista no Porto, o Parque do Fontelo em Viseu, o Choupal em Coimbra, o Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, o Parque Urbano do Seixal e o Parque da Paz em Almada, o melhor deles todos, na minha opinião. Em vez de se diminuir a verdura nos agregados urbanos e arredores, ela tem de ser aumentada, de modo harmonioso e artístico, para que as cidades, vilas e aldeias sejam saudáveis. - citação do artigo publicado no jornal PÚBLICO, Domingo 11 de Abril de 2021, Jorge Paiva, Biólogo