domingo, 20 de junho de 2010

Saramago não era um «gajo porreiro»...

Porque hoje é sábado*



por

VÍTOR SERPA

Em Portugal sempre nos importou mais
o bom ou mau feitio das pessoas do que o talento
ou, mesmo, a sua genialidade



Morreu José Saramago. Agora, sim, vai ser anunciado como um dos maiores portugueses do século. Em Portugal não há como um morto para se elogiar quem vivo se esqueceu. Ou diminuiu no talento.
(...) Pois roam-se de inveja, os eternos maledicentes da Pátria amada, mas que, de facto, são insignificantes. Saramago é e será, para sempre, um dos grandes portugueses. Não por ser um homem bom, um honrado chefe de família, um temente a Deus. Não por ser um abnegado filho da nação, nem por ser um patriota. Não por ser um cidadão sem mácula ou um exemplo de tolerância democrática. Apenas e só por ser um escritor universal e como há tão poucos, em Portugal e no mundo, será isso que o honrará na memória que dele tiverem as gerações futuras.

* coluna semanal publicada no dia 19 de Junho de 2010, dia seguinte ao da morte do Escritor

4 comentários:

  1. Vitor Serpa tem-se revelado um bom cronista, pelo seu campo lexical e cultura e, mais uma vez, provou o seu enorme valor através desta pequena coluna que honra o grandíssimo escritor que foi Saramago. Cada simples palavra pronunciada por Vitor Serpa é digna de respeito, respeito esse que Saramago merece, pela vida que levou em Terra. Que descanse em paz para a eternidade.

    E parabéns pelo bom trabalho desenvolvido neste blogue que, futuramente, andará nas bocas do mundo, estou certo. Abraço

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  2. ... não há dúvida que Saramago levou a Língua Portuguesa bem mais longe! É sem dúvida um dos maiores escritores da Literatura Universal!

    Sempre bom, distinguir a obra do seu criador! Para se falar com plena isenção, esta minha modesta opinião!

    Sensibilizada pelo seu comentário em 'fragmentos'! Um prazer!

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  3. Caríssimo Marcelino,
    Obrigado pelo comentário.
    Revela a atenção que sempre dedicas àquilo que é importante na vida.
    Volta. És sempre bem recebido

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  4. "Fragmentos",...concordo. É fundamental a distinção: obra e criador. A obra fica para sempre.

    Disse o que senti. As suas palavras são a causa do que lhe transmiti.
    Muito grato estou pela qualidade e conhecimentos que empresta aos seus textos, escolhidos a preceito.
    Aprendo com eles.
    Volte sempre que quiser.

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